sábado, 24 de novembro de 2012

A espera e o fim !

    Como foi aqui que eu dei a notícia que eu estava grávida, nada mais justo do que contar aqui também tudo o  que me aconteceu nos últimos dias.


   Tudo começou há um mês, no dia 23 de outubro, quando comecei a passar mal na faculdade e fui pro pronto socorro buscar ajuda. De início era uma dor de cabeça, com tontura, que se mostrou após poucos dias uma infecção que tomou os gânglios da região cervical e deu febre alta. Os médicos não sabiam como agir com uma paciente gestante e lupidica, não olhavam o básico, só pensavam em uma crise da doença.
     No dia 26 de outubro eu tinha um ultrassom de rotina agendado e fui mesmo com febre e me arrastando, chegando lá eu e o Erick, super ansiosos, recebemos a notícia de que talvez a gestação fosse anembrionária, ou seja, sem bebê. Foi um balde de água fria, mas tinha a possibilidade de ser apenas uma fecundação com atraso e o exame teria que ser refeito em 15 dias, que pareceram 15 meses.
     Nesse meio tempo fui pro pronto socorro umas dez vezes até que uma médica fez o básico, me olhou, olhou meus exames e receitou um antibiótico, pois eu estava com faringite.
    A febre e mal estar já estavam melhor no dia 9 de novembro, quando fomos refazer a ultrassonografia cheios de esperança e a sensação foi péssima quando o médico não achou os batimentos cardíacos do embrião (eu já estava com onze semanas de gestação) e ainda diagnosticou possível neoplasia trofoblástica gestacional, ou seja, suspeita de mola parcial. Um buraco enorme se abriu embaixo de nós e a partir daí foram dias de angustias e muitos exames.
    Pra quem não sabe o que é mola parcial, que tirou meu sono por dias, pode ler mais aqui.

    Foram dias -que no nosso tempo espaço equivaleram a meses- de angustia, espera, resultados e analises de exames, discussões e porque não, esperança.

    Fui invadida por sentimentos de todos os tipos...
 medo, ansiedade, tristeza, angustia, preocupação, alívio, razão e fé.


     Até que depois de tudo, incluindo oito exames de ultrassom e quatro beta hcg, foi decidido que era um aborto retido, já que em momento algum eu havia sangrado ou tido cólicas.
     O momento era de esperar que o corpo se encarregar do aborto natural, mas como fiquei preocupada com a faculdade, no feriado prolongado resolvemos (eu e meu médico) ajudar a natureza com remédios.  Tomei, passei muito mal com enjoos e dores de cabeças e nada de sangramento, mais exames e mais espera... até que dia 21 de novembro comecei a sangrar. 
     Na quinta fui pro hospital com dores e sangrando muito e qual minha surpresa quando no exame de ultra o médico viu que o colo do útero ainda estava fechado e todas as estruturas preservadas. 
     Neste momento eu não aguentava mais, estava esgotada física e psicologicamente, foi quando e médica resolveu me internar para realizar a curetagem.

     Fiquei no ps esperando liberarem a internação e senti as piores dores da minha vida !

E não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

    Quando cheguei no quarto, já eram 23 horas, o médico começou a me preparar pro procedimento que começaria meia noite e iria terminar 5 horas do outro dia.
    Eu estava com medo, medo do que eu ainda poderia vir a sentir de dor, cólicas, da anestesia, do procedimento de cirurgia, de tudo !
      Foi quando o Dr. Daniel, médico super fofo que me acompanhava, entrou no quarto e resolveu fazer um exame de toque, viu que o colo do útero estava por fim aberto e decidiu adiantar o processo da cirurgia.       Mas antes ele pediu um novo ultrassom e foi junto comigo acompanhar de perto e lembro da cara dele feliz comemorando na sala, quando viu meu útero quase limpo na tela do exame.

     O aborto havia acontecido naturalmente no ps, enquanto eu esperava para ir pro quarto !
     Fiquei em observação o dia 23 de novembro inteiro e recebi alta. 

     Neste período de um mês, muita coisa mudou na minha vida. 
     A noção de tempo principalmente, pois custei a acreditar que foi apenas um mês de loucura. 
     Mas não só isso, minha relação com as pessoas, minhas prioridades, meus planos pro futuro.


     Nestes poucos dias percebi quem realmente se importava comigo 
e o que é importante de verdade pra mim.
Bem clichê, mas é um fato !

"A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional"


  Tenho que agradecer todo o carinho, apoio e ajuda que recebi de vários amigos.
     Sem isso teria sido bem mais difícil passar por tudo.

    E não tenho palavras para agradecer minha família, as rezas e promessas da minha mãe, o apoio e dedicação do Erick e a maturidade impressionante do Claudio Gabriel, que com apenas seis anos de idade e a tristeza de não ter mais um irmão, ainda assim se mostrou um grande homem.

Isso é o que dá sentido pra vida 

Meu amor, me recebendo de volta em casa =)

4 comentários:

  1. Ahhhhhhhhhhh tava forte até ver a foto do Gabriel ohhhhh que rico de amor!!!!!!!!!!!
    Beijaaaaço, ja te disse tudo antes... <3

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  2. Nossa! Pausa pra respirar e secar as lágrimas, lágrimas estas de tristeza claro não poderia ser diferente, mas tbm de alivio de ver que vc esta ai linda firme e pronta pra vida novamente.

    Vc's sabem como ninguem como vibrei e "tentei" ajudar de alguma forma, mas os designos de Deus são supremos e sábios por mais que nos doa, e quero que saibam que SEMPRE estarei aqui para os momentos bons,ruins e os mais ou menos ...

    Bora pra frente esta foi so mais uma de tantas outras batalhas... Amo vc's.

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  3. Não tenho nem o que te falar Carol!!! Mas saiba que estou muito feliz em saber que está em casa e forte!!! Qualquer coisa....SEMPRE...pode contar comigo!!! Beijos e um super abraço, Luli

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  4. Carol, infelizmente só soube agora do acontecido... =(

    Força e Fé, sempre!! Gosto muito de vc e desejo que a sua vida seja repleta de felicidades!!

    Se precisar, tamos aí!!

    Beijos mil

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